PPD

PPD, Teste de tuberculínico ou Reação de Mantoux


| Agente Diagnóstico • Teste Intradérmico

O PPD é o exame de triagem padrão para identificar a presença de infecção pela Mycobacterium tuberculosis e, assim, auxiliar o diagnóstico da tuberculose.


Normalmente, o exame é feito em pessoas que estiveram em contato direto com pacientes infectados pela bactéria, mesmo que não apresentem sintomas da doença.


O exame PPD, também conhecido como teste tuberculínico ou reação de Mantoux, é feito em laboratórios de análises clínicas através de uma pequena injeção contendo proteínas derivadas da bactéria debaixo da pele.


Uso adulto e pediátrico

Para melhor interpretação dos resultados é importante que seja realizada uma entrevista prévia com o paciente sobre medicamentos que utilizou ou está utilizando, e possíveis doenças que possam interferir nos resultados. 

| Mecanismos de Ação

Após a inoculação de 0,1mL da Sol. Protéica de M. bovis e considerando que o paciente esteja sensibilizado com Linfócitos T de Memória formados. As células endoteliais e os macrófagos presentes nas vênulas próximas ao local de aplicação vão apresentar os antígenos aos Linfócitos T de memória - LTm, que começarão a secretar citocinas (Fator de Necrose Tumoral - TNF, Interferon Gama - INF-gama e Interleucina 2 - IL-2). O TNF provoca alterações na membrana basal do endotélio permitindo extravasar fibrinogênio para o tecido. O fibrinogênio na derme é convertido à fibrina, que em grande quantidade resultam no aspecto intumescido no local de aplicação (pápula).


O TNF também estimula a síntese de Prostaglandina-2 (PGE-2) nas vênulas locais. A PGE-2 provoca a vasodilatação, aumentando o fluxo sanguíneo no local. O IFN-gama ativa macrófagos e a IL-2 estimula a proliferação dos Linfócitos T de memória pré-existentes. O macrófago ativado produz IL-1 e TNF, que funcionam como sinalizadores locais para os Linfócitos T de memória. Após 48 horas da aplicação Sol. Protéica de M. bovis, na grande maioria dos pacientes é observado o máximo desta reação, ou seja, a pápula ou enduração, que poderá servir de fator quantificador (através de sua medida) da imunocompetência do paciente.



Após as 48 horas os macrófagos irão resolver a reação, ou seja, farão com que as alterações físicas no local de aplicação voltem gradativamente a sua normalidade.

| Interpretação

| Interpretação

Não reator

  • Apresenta sensibilidade reduzida;
  • Não apresenta Linfócitos T de memória;
  • Não foi vacinado para BCG;
  • Paciente imunocomprometido;
  • Presença de patologia que causa alguma imunodeficiência nos Linfócitos T.

Reator

  • Vacinado para BCG a menos de 2 anos;
  • Apresenta Linfócitos T de memória;
  • Apresenta competência imunológica.

Forte Reator

  • Suspeita de tuberculose ativa (doente ou não);
  • Vacinado para BCG a menos de 6 meses.

Valor Clínico

O resultado negativo não exclui a possibilidade de tuberculose em pacientes imunocomprometidos, assim como, pacientes com tuberculose em estágio avançado podem ser anérgicos (não reatores). Qualquer que seja o resultado do teste, este deve ser interpretado em conjunto com a anamnese do paciente por um médico assistente. Pacientes HIV positivos podem ser submetidos ao teste, neste caso o valor de referência para a positividade no teste pode ser > 5mm e < 25mm. Pode ser utilizado a Sol. Protéica de M. bovis de 50 Uds/mL, neste caso, o quadro de referência é o mesmo para o de 20 Uds/mL. Pacientes com AIDS em estágio avançado podem ser anérgicos, sendo que de 33 a 50% dos pacientes com AIDS e tuberculose têm uma reação fraca (< 10mm). De 50% a 80% dos pacientes com tuberculose e soropositivos, sem AIDS, que reagem são reatores fortes ao teste.

| Interpretação

O Derivado Proteico Purificado de Mycobacterium bovis é indicado como teste intradérmico, para verificar a capacidade da resposta imunológica celular (imunocompetência do paciente).

| Contra • indicações

Não recomendamos utilizar em pacientes:

  • Que utilizam imunossupressores;
  • Que utilizam corticóides;
  • Que possuam deficiência de linfócitos;
  • Que se apresentem desnutridos.

Em todos estes casos, os pacientes poderão apresentar um falso negativo. Outras circunstâncias que podem interferir no resultado, tais como: sarcoidose, neoplasias, doenças linfoproliferativas e gravidez.

| Cuidados de Administração

Uso exclusivo para teste intradérmico. 

| Advertências

Somente utilizar a Sol. Proteica de M. bovis de 50 Uds/mL em pacientes que tenham sido previamente submetidos ao teste com 20 Uds/mL e não tenham sido reatores a este.

Não utilizar em pacientes com diagnóstico comprovado de tuberculose ou pacientes que foram vacinados para BCG a menos de 3 meses. Há risco de supuração. 

| Reações Adversas

Elevação da temperatura prurido e dor no local da aplicação.

Estas reações devem desaparecer gradativamente. Caso o incômodo seja demasiado, solicitar orientações ao médico assistente ou profissional que realizou o teste. 

| Superdosagem

Risco de ocorrer supuração. 

| Pacientes Idosos

Pode ser utilizado em pacientes idosos, entretanto, a reatividade tende a ser menor. Deve ser avaliado pelo médico assistente.


Referências:



1 Sarinho, E. et al. Viragem Tuberculínica Pós-Vacinal com PPD Derivado de BCG. Bol. Of Sanit. Panam. 111 (5), 1991; pp. 402-405.

2 Lab. Extratos Alergênicos. Imunoprotein 20 Uds/50 Uds para teste de avaliação da imunocompetência. Bula do Fabricante MS 1.1729.0003.001-0 / 0001.002-9.

3 Brasil. Ministério da Saúde. Cadernos de Atenção Básica. Manual Técnico para o Controle da Tuberculose. Versão Preliminar. 2002.

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